06/01/2013

PORTUGAL NÃO É POBRE, É UM PAÍS AVANÇADO

A "crise"  - na verdade, a guerra contra o Euro e as ondas de choque que ela gera na Eurozona - não é apenas económica. Ela é alimentada também através de ideias virtuais e confusão mental.

Uma dessas ideias - completamente errada - é a de que Portugal é pobre. Chega-se ao ponto de alguns cidadãos doutros países - provavelmente por complexos coloniais ou raciais - aproveitarem para humilhar Portugal com base em casos que conhecem mal e retirados do contexto.

Há meia dúzia de anos atrás, para alguns, o País já estava no "pelotão da frente" europeu. Agora, há quem queira despromovê-lo ao 3º Mundo. Aberrante.

  
Indústrias de moldes, na região Centro: um sector significativo e exportador, onde Portugal dá cartas a nível mundial
Clique para ver um exemplo de fábrica de moldes


Alguns projetos apoiados pela Agência de Inovação de Portugal




QUEM PROMOVE AS  IDEIAS  ERRADAS

Há interesses políticos externos e internos em desvalorizar a imagem de Portugal. O desastroso programa da troika precisa dessa ideia para justificar a cantilena ideológica  do "vivemos acima das nossas posses".

As políticas recessivas recentes provocaram uma queda do PIB que ronda os 7%. Se prosseguirem, a estrutura económica do País está de facto ameaçada.  Dentro de 2 ou 3 anos Portugal cairia no ranking mundial.

Assentemos, porém, numa coisa: Portugal não é dos mais ricos da Europa. Isso não significa que seja pobre.

Haja equilíbrio. Portugal é um país do 1º Mundo, altamente industrializado e com qualidade de vida que nada tem de terceiro mundista - quem diz isso é porque não conhece o verdadeiro 3º Mundo. Ou, se conhece, anda a precisar de óculos (não coloridos).


No 3º mundo e ascendentes, a maior parte das cidades tem condições deficientes, os esgotos (quando os há) despejam quase sempre sem tratamento nos rios e praias, as condições de higiene e segurança nos locais públicos - bares, restaurantes, feiras, ruas -  e na produção de alimentos são frequentemente más, provocando intoxicações e doenças. A criminalidade é muito elevada. O sistema público de saúde é deficiente, tal como as redes de água e eletricidade. "Apagões" frequentes, e redes que não chegam a muitos locais ou são "gatadas" (desviadas) noutros.

Portugal há muitas décadas que saiu desse nível. É claro que, sendo governado da forma que está  sendo, dentro em pouco cairá num descalabro, inimaginável há pouco tempo.

Por isso URGE AGIR. Chega de palavreado, é preciso ação!


FALEMOS CONCRETO - ALGUNS DADOS DA PRODUÇÃO NACIONAL...

Portugal tem apenas 10,5 milhões de habitantes e pouco mais de 90.000 km 2 de extensão. É um país médio na Europa, mas pequeno à escala mundial. Apesar desta dimensão, possui dezenas de ramos industriais, agropecuários, mineiros, das pescas ou dos serviços. Desde:
  • os bens tradicionais, mas de qualidade elevada
Vestuário, têxtil, calçado, mobiliário, vidros e cristais, cimentos, adubos, metalomecânica, rochas, mineração, cerâmica, louças, azeite, óleos, vinhos, manufaturas alimentares, pescado, bacalhau, cortiça, conservas, plásticos, leite, carnes, cereais, tubérculos, frutas e verduras, turismo
  • aos sectores tecnológicas e avançados
Automóvel (peças e montagem), máquinas elétricas e não-elétricas, instrumentos de precisão, químicas, medicamentos, embalagens modernas, moldes, material informático e eletrónico, software para macro e microsistemas, material para energia,  aeronáutica, navios, transportes, serviços de saúde, de comunicações e centenas de outros serviços (é justamente o setor mais avançado).

Para dados numéricos, clique em:    Quadro - Produção industrial em valores    - Fonte: I.N.E.
(Compilação temporária; os sectores agrícola, das pescas e dos serviços serão disponibilizados em breve)

... E OUTROS FACTOS

Portugal possui uma das maiores percentagens de doutorados, elevado volume de investigação e de patentes, está entre os 10 primeiros do mundo em saúde neonatal, o sistema nacional de saúde (SNS)  é (ou era, pois está sendo alvo de forte ataque) fiável e  presta cuidados baratos a todos (incluindo os emigrantes que, apesar da crise, preferem ficar em Portugal a voltar aos seus países "sem crise"), o sistema bancário é flexível, seguro e moderno, a administração pública está quase toda informatizada em rede, há uma complexa rede de transportes, as telecomunicações são de última geração e o sistema educativo tem ampla cobertura.

Produz-se bastante agricultura orgânica e muitos produtos diferenciados e tecnológicos.

Muitos dos bens citados são produzidos em grande escala  - à proporção do País - e as respetivas exportações, atingem 37% do PIB. Portugal é uma economia aberta desde os anos 60, quando aderiu à EFTA, o que obrigou a uma modernização da maioria dos setores,  inclusive os tradicionais.

É por essas razões que Portugal possui multinacionais próprias, sendo exemplos a PT  (media e comunicações), a GALP (combustíveis), a EDP (eletricidade e renováveis), a SEMAPA (papel e cimentos),  os hipermercados da SONAE e da JM, os bancos - CGD, BES, BCP, BPI,  a AMORIM (cortiças), a EFACEC (eletrónica), a LOGOPLASTE (embalagens), a LANIDOR (moda), a SEASIDE (calçado), a BRISA (autoestradas), a TAP, a LUIS SIMÕES (transportes), PESTANA e VILA GALÉ (hotelaria)  entre muitas empresas com internacionalizações bem sucedidas.
Bial , região Norte -
- uma multinacional de medicamentos

Novabase Natal 2012
Novabase, Lisboa - maior empresa de software nacional


E estou a referir-me a bens, na sua maioria, com marcas e tecnologias próprias.

Tudo isto não é motivo para conformismo relativamente à destruição e degradação de que o País vem sendo alvo  a todos os níveis, pelo contrário. É apenas para desmitificar algumas ideias falsas que correm nos media.






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