- França
Novas iniciativas francesas - um toque de prestigitação.
O casal que tenta explorar trufas colhidas nas florestas da sua região.
A senhora da Córsega que abre um negócio de bolachinhas "macarroni".
As moças sócias que produziam hortícolas, mas falham, e tentam agora montar no seu terreno um camping de apoio, junto à estrada.
Tudo experiências sem qualquer continuidade garantida, supostas formas de combater a crise do desemprego no país, particularmente o desemprego jovem.
O caso mais interessante é o do jovem licenciado que herdou a vinha do pai (no vale do Loire - vinhos pouco conhecidos) mas que, devido à concorrência e ao estreitamento do mercado interno decide voltar-se para os EUA tentando salvar a vinha.
Mete-se no avião, umas garrafas de vinho e algumas pedras do seu "terroir" na mala, e avança na promoção directa com o apoio dum 'marchand' francês local, no estado da Carolina do Norte....
Frases que ficaram no ouvido:
.... "os EUA são muito diferentes da imagem decadente que eu tinha ao embarcar", "Carolina do Norte, um estado rico com gente atlética que pratica jogging na rua e cultiva o bom gosto"; "Com estas vendas, vou conseguir salvar a vinha de família".
Conclusão:
Em França, como cá, a treta vendida pelas TVs é a mesma, Só que mais eficiente, servida com uns toques de prestigitação e da famosa elegância francesa.
Se o país "não dá", a culpa é da população que 'não é empreendedora'.
E tem é que se virar para o estrangeiro.
E para onde? Nada mais nada menos - damas e cavalheiros - que para os "maravilhosos" Estados Unidos, o tal país que dá a volta a todas as crises.
Podem aplaudir, senhoras e senhores, meninas e meninos, e descansem: não falaremos do dólar emitido sem controle, não vá alguém apanhar uma indigestão...
- RAI - Itália
Debates políticos italianos.
Que diferença, a atitude dos políticos italianos para os portugueses! Inimaginável o 1º ministro e outros ministros daqui sentarem-se lado a lado com o público e representantes da oposição questionados em direto e na cara, por vezes de forma dura, e não fugirem às questões...
A Itália pode ter defeitos: talvez falem demais (em Portugal, há é silêncios a mais, sobretudo dos políticos), talvez gesticulem mais do que concretizam, talvez o Papa tenha demasiado tempo de antena.... mas que por lá há muito mais espontaneidade e clareza, isso há...
Nota curiosa: o debate, sobre a reforma nos impostos, é introduzido por uma reportagem da RAI em... França, país onde muitos casais estão optando por ter 3 filhos, por ali existir um forte incentivo às famílias numerosas (3 filhos já dá direito a essa classificação) e embora um ou dois filhos garanta bons apoios, eles aumentam muito com o 3º filho e as deduções nos impostos chegam aos... 6.000 euros por ano!
Não acompanhei este debate italiano até ao fim, mas pelo exemplo vê-se a diferença de temas e de estilo: enquanto em Itália se discutem os incentivos às famílias (claro, dada a crise, também se discutem cortes, como o dos músicos da ópera de Milão, que no entanto são trabalhadores privilegiados - já sobre o milhão de novos pobres recentes em Itália a RAI fala muito pouco)...
...entretanto por cá aceita-se passivamente a redução do IRC que beneficia os grandes grupos económicos enquanto se mantêm congelados os cortes nos rendimentos e as sobretaxas de IRS e o IVA, que punem sobretudo os trabalhadores e os micro-pequenos empresários, num país que já tem dos mais baixos salários da UE.
SIC internacional - Portugal
Falando sobre o mau tempo.
Num país em fase aberta de demolição, com aposentados e funcionários roubados dos direitos básicos como em nenhuma parte do mundo, com os principais grupos empresariais desmantelados e vendidos à peça ao estrangeiro...
... políticos da oposição reunem-se em amena cavaqueira com uma das responsáveis por tudo isto, a ministra das Finanças, aceitando ser filmados na conversa que ela mesma dirige para o mau tempo; os partidos saem do encontro com declarações brandas, ficando-se na dúvida sobre que raio de oposição eles fazem... Apenas os Verdes - a quem aliás ninguém dá grande crédito - fazem o número do "polícia mau" e lá emitem umas frases mais rijas. Mas nada de especial, toda a gente sabe que são só palavras, o costume...
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